Exposição Individual

"ATELIÊ ABERTO" 2023​​

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Gustavo Magalhães tem como práxis a precariedade. A “reciclagem” de madeiras descartadas, papéis antigos e telas reaproveitadas nasce de uma necessidade e se torna processo artístico, que, além de uma discussão estética a respeito do objeto-pintura, sugere notas sobre as condições de trabalho de um artista racializado no Brasil. 

       Das ferramentas disponíveis neste lócus precarizado, o artista acolhe a apropriação como eixo central em sua produção. Das fotos coletadas de meios contemporâneos aos suportes recolhidos da rua, joga com noções de autoria/utilidade, confiscando para si as imagens e materialidades que encontra. 

       Como um alquimista, transmuta os elementos que estão à sua disposição, manipulando-os para criar novos sentidos/narrativas. Descontextualizando imagens/objetos cotidianos e atribuindo a eles novos significados, o artista explora meios e possibilidades para continuar pintando e, sobretudo, sobrevivendo.

       Em “ATELIÊ ABERTO”, primeira exposição individual do artista, o precário não poderia ser ignorado, daí o desejo de transformar sua casa, local onde vive e trabalha, em espaço expositivo. Mas, além das críticas institucionais insinuadas pelo movimento de transformar um conjugado de sala e cozinha em galeria, a exposição acolhe a intimidade de quem dorme onde pinta e transpassa isso em pensamento curatorial. Oferecer além de uma experiência estética com suas obras, um café da tarde, é a tentativa de introduzir de forma afetuosa o espectador na rotina do artista.

       A apropriação e ressignificação de seu apartamento como ateliê, e, agora, num pequeno “museu” efêmero, é a extensão de sua prática em pintura. Uma investigação de quais outros objetos/ambientes são possíveis de manipular e revestir com a aura substancial da arte.

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FICHA TÉCNICA

artista visual Gustavo Magalhães curadoria Gustavo Magalhães e Thaíse Amorim 

design gráfico Thaíse Amorim

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